Opinião: EXPANSÃO URBANA DE TERESINA – Por Emanuel Castelo Branco*
20 de junho de 2016 |
![Imagem sobre extensão de Teresina. Foto/Rogério Holanda](https://novo.caupi.org.br/wp-content/uploads/2016/06/13493409_1053229124771107_1547020482_o-1024x390.jpg)
Imagem sobre extensão de Teresina. Foto: Rogério Holanda
Teresina como outras cidades brasileiras, vem aumentado significativamente o número de veículos circulantes. Sabemos que temos que planejar a mobilidade urbana de forma mais equilibrada, trazendo bem-estar para seus habitantes. Não é mais pensar só a cidade, mas a metrópole, porque já possuímos muitas outras regiões que estão conurbadas com nosso espaço e não podemos tratar os problemas focando apenas na cidade, mas na governança da área metropolitana e suas conexões.
Trazer a solução para o problema da mobilidade urbana em detrimento da mobilidade humana é tirar do cidadão o direito à cidade, direito a usufruí-la com mais liberdade. Um plano de transporte público tem que ser compatibilizado com outros planos, como os de saneamento básico, o cicloviário, o de arborização, etc.
Se retirarmos parte dos automóveis do centro da cidade usando programas de controle de tráfego, construir moradias ocupando espaços degradados e vazios urbanos, dar prioridade ao transporte público de maior qualidade, usar um desenho urbano transformador, será possível ter uma cidade mais sustentável mitigando os problemas de ordem social e ambiental, trazendo desse modo, maior qualidade de vida para seus habitantes.
“É urgente o resgate da cidade pela cidadania”, afirmou o arquiteto e urbanista José Antônio Lemos, conselheiro estadual do CAU/MT, um dos palestrantes do I Seminário Nacional de Política Urbana e Ambiental do CAU/BR. Ele sugeriu a criação de uma “Lei de Responsabilidade Urbanística”, à qual estariam submetidos todos os prefeitos. Pela proposta, os prefeitos a serem eleitos em outubro deveriam assumir o compromisso de, ao deixarem seus cargos, entregarem suas cidades mais adensadas (“crescer para dentro”), com menor número de ocupações irregulares ou de risco, mais áreas de preservação ambiental e novos espaços públicos.
Teresina possui imensas áreas que não podem ser adensadas, principalmente em razão de possuir um aeroporto e uma área de pesquisa agrícola dentro da área urbana, o que impede um maior aproveitamento e um maior planejamento urbano dentro de políticas setoriais. A zona norte de Teresina precisa de maior crescimento verticalizado, criando-se novas áreas dentro do perímetro urbano estabelecido na lei municipal 4831/15.
“O uso e a ocupação do solo é o ponto de partida na discussão da mobilidade urbana”, segundo o arquiteto e urbanista Tiago Esteves da Costa, da Prefeitura de Belo Horizonte. A capital mineira tem incentivado uma maior densidade na área central (“cidade compacta”) e, ao mesmo tempo, a criação de uma rede de outros centros auto-suficientes em comércio, serviços e equipamentos públicos. “Existem ainda as áreas estratégicas para grandes empreendimentos econômicos considerando restrições ambientais e controle de repercussões negativas sobre o uso do solo”.
*Arquiteto e Urbanista. Presidente do CAU/PI